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domingo, 3 de maio de 2015

Populares no século XIX bombardeiam navio de guerra britânico no Brasil (I).

                                              Introdução:

 
Bom se começar dizendo-se algo sobre os britânicos e seu império mundial, que é de domínio público e conhecimento geral. A Grã-Bretanha em tempos idos, aproveitando-se de uma época a ela propicia  e ainda da pobreza e fraqueza de muitos povos atrasados, usando de dinheiro e força militar apoderou-se de muitas terras espalhadas pelo mundo, colocando aos seus habitantes debaixo do seu guante imperial. Para interligar a metrópole as colônias desenvolveu uma grande frota mercante, que transportava homens e bens pelos oceanos. E a fez guardar por uma poderosa marinha de guerra, que no seu auge acabou sendo equivalente ao de duas potências, o que colocou a generalidade dos países submetidos a ela.
 
                                                              
 (bandeira britânica)


 
  

 
Também a partir da segunda metade do século XVIII aquele país criou e manteve uma grande indústria baseada no uso industrial das máquinas movidas a vapor d’agua para abastecer de bens industriais ao seu país e vender os seus excedentes no exterior. Era um estado poderoso, ao qual nenhum país poderia contrapor o seu próprio poder.
                                                          
(imagem da revolução industrial britânica)
 

Já no século XIX a Grã-Bretanha, por razões de política interna, o que se deu entre os anos de 1806 e 1807, acabou com o tráfico negreiro em todo o seu Império e mais tarde, em 1833, proibiu o próprio trabalho escravo.
O Brasil surgido como colônia portuguesa foi submetido a sua metrópole de 1500 a 1821, sendo penosamente colonizado e ocupado, primeiro por uns poucos portugueses, auxiliados por certo número de indígenas, com o tempo reforçados paulatinamente por jovens mamelucos (descendentes de brancos e índias), que unidos e agindo com muita coragem desbravaram sertões e os ocuparam. Portugal, porém, era pequeno e tinha limitada população, parte da qual pereceu nas navegações e conquistas feitas pelo estado português. Era impossível fazer-se a colonização de uma terra tão vasta com tão poucas pessoas. Por isto recorreu-se a escravização dos negros oriundos da África, contando-se com a vil cumplicidade da Igreja Católica, que apoiava este desumano uso, para assim garantir rendas e bens a ela própria. Tal a principal razão da escravatura negra no Brasil, promovida e mantida por 321 anos por Portugal e seus reis.
A independência do Brasil fez-se através de uma aliança politica entre o príncipe real lusitano, Dom Pedro, alguns nacionalistas, idealistas e patriotas, e muitos senhores de terras e de escravos, o que impossibilitou a libertação dos cativos e a proibição do tráfico nefando. Pois, o novo país vivia essencialmente da sua produção agrícola, então totalmente baseada nos braços escravos. Liberta-los a todos, seria arruinar-se a sua economia. Por isto ainda sob o governo de Dom Pedro II e quase até o seu final manteve-se a escravidão negra, que, como todos sabemos e salvo algumas concessões pontuais perdurou até 1888, ou seja, por 66 anos.
A produção agrícola brasileira de café e açúcar, por mãos escravas, superava a produção colonial inglesa dos mesmos produtos nas Antilhas e tinha preços mais baixos, que estas. Foi por isto que durante toda a primeira metade do século XIX, o Brasil, esteve sob intensa pressão inglesa para terminar com o tráfico de escravos africanos. O que começou, já aos tempos da regência e depois no posterior reinado de Dom João VI e prosseguiu mesmo após a independência brasileira.
 
Estas fortes “démarches” geraram em 1831, a Lei de 07 de novembro de 1831, por meio da qual todos os escravos africanos que entrassem no Brasil a partir daquela data seriam declarados livres e os contrabandistas de escravos sofreriam severas penalidades. Diploma, este que teve eficácia por poucos anos, pois mais ou menos a partir de 1837 o tráfico já tinha retomado sua força e alguns anos depois atingia proporções nunca antes vistas.
Foi diante disso, que o parlamento britânico, aprovou a lei chamada “Bill Aberdeen”, na verdade, o  “Slave Trade Suppression Act”, ou “Aberdeen Act”, que foi a lei que autorizava os ingleses a aprisionar quaisquer navios suspeitos de transportar escravos no oceano Atlântico, medida a ser cumprida pela sua poderosa marinha de guerra.
                                                             
(captura de navio negreiro por uma nave militar britânica)
 


Tais os antecedentes desta história, que devem ser necessariamente relembrados. Passo agora aos fatos objeto deste artigo.


(continua...)

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